Sirva-se do Novo


5.1.14




Nestes dias o que se ouve é: Feliz Ano Novo.

Fico imaginando como seria isso, um Ano Novo feliz...

É fato que pra que coisas novas e boas nos aconteçam, precisamos correr atrás; ou tencionamos ser bem quistos e bem sucedidos permanecendo na mesma? Tipo: "Que a felicidade me alcance". 

Mas o que me preocupa mesmo nem é essa inércia, mas sim aquele que não quer servir-se do novo, que tem apego excessivo às coisas velhas, e que resiste em abraçar mudanças.

Pego emprestado partes da crônica de Artur da Távola sobre o Ano Novo: “Somos como o ano velho. Como um montão de anos velhos, acumulados. Vivemos a repetir o que já sabemos, o que já experimentamos. Repetimos, também, sentimentos, opiniões, ideias, convicções. Somos uma interminável repetição, com raras aberturas reais e verdadeiras para o novo, do qual cada instante está prenhe.

Somos muito mais memória do que aventura. Somos muito mais eco do que descoberta. Somos muito mais resíduo do que suspensão.

O ser humano é feito de tal maneira inseguro que a sua tendência é sempre a de reter as experiências e fazer da vida uma penosa e longa repetição do já vivido. O ser humano adora repetir. Ele precisa repetir, porque não está preparado para o novo de cada momento, para o fluir do Todo na direção da Transformação Permanente. Ele é uma unidade estática e acumuladora, num cosmos mutante e em permanente transformação...

A rigor não sabemos o que estamos fazendo para renovar o que há de antigo em nós. Em geral, nada. Não me refiro ao que há de permanente, pois o ser humano é feito de permanências e provisoriedades. As permanências, ligadas às essências, devem ficar. Mas as provisoriedades que se tornaram antigas, paradas, repetitivas, que ali estão remanescentes por nossa preguiça de examina-las, ou por incapacidade, medo, de remove-las, precisam ser revistas, checadas, postas em discussão, debate e arejamento".

Que nesse Novo Ano continuemos com a liberdade de preservarmos e brindarmos nossa essência; mas tenhamos também a ousadia da criação e o fascínio por caminhos que, mesmo desconhecidos, prometem.

 

Paz!

 

Imagem retirada de: ventosevendavais.blogspot.com.br 

Nenhum comentário:

Postar um comentário