Nestes dias
o que se ouve é: Feliz Ano Novo.
Fico
imaginando como seria isso, um Ano Novo feliz...
É fato que
pra que coisas novas e boas nos aconteçam, precisamos correr atrás; ou
tencionamos ser bem quistos e bem sucedidos permanecendo na mesma? Tipo:
"Que a felicidade me alcance".
Mas o que
me preocupa mesmo nem é essa inércia, mas sim aquele que não quer servir-se do
novo, que tem apego excessivo às coisas velhas, e que resiste em abraçar
mudanças.
Pego
emprestado partes da crônica de Artur da Távola sobre o Ano Novo: “Somos como o
ano velho. Como um montão de anos velhos, acumulados. Vivemos a repetir o que
já sabemos, o que já experimentamos. Repetimos, também, sentimentos, opiniões,
ideias, convicções. Somos uma interminável repetição, com raras aberturas reais
e verdadeiras para o novo, do qual cada instante está prenhe.
Somos muito
mais memória do que aventura. Somos muito mais eco do que
descoberta. Somos muito mais resíduo do que suspensão.
O ser
humano é feito de tal maneira inseguro que a sua tendência é sempre a de reter
as experiências e fazer da vida uma penosa e longa repetição do já vivido. O
ser humano adora repetir. Ele precisa repetir, porque não está preparado para o
novo de cada momento, para o fluir do Todo na direção da Transformação
Permanente. Ele é uma unidade estática e acumuladora, num cosmos mutante e em
permanente transformação...
A rigor não
sabemos o que estamos fazendo para renovar o que há de antigo em nós. Em geral,
nada. Não me refiro ao que há de permanente, pois o ser humano é feito de
permanências e provisoriedades. As permanências, ligadas às essências, devem
ficar. Mas as provisoriedades que se tornaram antigas, paradas, repetitivas,
que ali estão remanescentes por nossa preguiça de examina-las, ou por
incapacidade, medo, de remove-las, precisam ser revistas, checadas, postas em
discussão, debate e arejamento".
Que nesse
Novo Ano continuemos com a liberdade de preservarmos e brindarmos nossa
essência; mas tenhamos também a ousadia da criação e o fascínio por caminhos
que, mesmo desconhecidos, prometem.
Paz!
Imagem retirada de:
ventosevendavais.blogspot.com.br
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