Apimentando a relação


31.8.14


Que tal colocarmos nossos sentidos na cama? 
            A sexóloga, Dra.Shirley Zussman, com cem anos de idade, farta de experiências, se ocupa, apesar da idade, em oferecer conselhos sobre o sexo significativo:
"O prazer sexual é apenas uma parte do que os homens e as mulheres querem um do outro; buscam intimidade, proximidade, compreensão, conforto, diversão, alguém que realmente se preocupe com eles...e isso vai muito além de ir para a cama!"
Sabemos que a pimenta tem o poder de acentuar aroma e sabor, e que faz a gente comer muito mais; fui então buscar caminhos e requintes para apimentar essa nossa entrega. 
           Regina Racco, autora de livros, e professora de ginástica íntima, não só faz sugestões de como se redescobrir esse tempero, mas também, como aplicarmos nossos sentidos para vivenciarmos e provocarmos o prazer:
1)    Audição: falando e ouvindo
Tão importante quanto falar, é ouvir. Fale para ele(a), o quanto esses momentos íntimos são importantes, estimule-o(a) a dizer o que deseja, insista, mostre-se interessado(a) nas respostas, gostamos de saber o quanto somos desejados, mas na maioria das vezes esquecemos de falar.
Algumas músicas nos marcam, posso dizer que é quase impossível encontrar alguém que não se sensibilize com elas. Façam uma boa seleção musical capaz de “tocá-los” mais intimamente, ela servirá de fundo musical para o encontro a dois; não me refiro somente ao sexo, falo de momentos, onde, bem aconchegados, vocês possam namorar, falar e ouvir melhor um ao outro. Essa intimidade é tão, ou até mais importante que o ato sexual.
            2) Tato: tocando aqui e ali
Massagear, explorar com as mãos o corpo todo. Esse é, e será sempre, um bom começo às famosas preliminares... Ao massagearmos, reduzimos o nível de estresse e liberamos a oxitocina, um hormônio que aumenta os níveis de testosterona e garante o aumento do desejo. Assim como a massagem, carícias feitas com a mão, no corpo, na boca, aumentam o fogo do encontro. Sejam criativos tocando os pontos-chaves para o aumento do desejo. como descobrir quais são? Preste atenção às reações, essas respostas erógenas muitas vezes falam mais que as palavras.
            3) Paladar: explorando a cozinha
A arginina (aminoácido componente das proteínas) é um Viagra natural, então por que não usarmos e abusarmos de alimentos que a contêm? Claro que os efeitos nos homens são formidáveis, mas já se sabe que funcionam também nas mulheres; ela está presente no chocolate, nas proteínas, nas frutas com muita cor,e em legumes que contêm antioxidantes. Leve em conta, quando pensar no paladar, nas brincadeiras na cama. Aliás, paladar tem tudo a ver com sexo. A boca é um órgão muito sexual, né? .
            4) Visão:
O simples ato de ver, ativa neurotransmissores potentes. Reagimos às imagens, e se elas são sensuais, nos estimulará fortemente. Então, mulheres, que tal despirem-se para eles? Um striptease simplificado. Alguns minutinhos de pura magia, retirando peça por peça, enquanto ele aprecia. Garanto que funcionará como uma pílula estimulante, e o melhor, funcionará também para você, porque ao tirar as peças estará antecipando o que virá depois! A simples visão de uma imagem excitante, libera em nosso corpo quantidades razoáveis de dopamina e oxitocina, neurotransmissores potentes para auxiliar no aumento do desejo sexual.
            5) Olfato: poderoso estimulante
O olfato é um grande estimulante sexual, o cheiro da pessoa amada já basta para nos dar tesão instantâneo. O que acontece é que o excesso de perfumes, ao contrário do que se imagina, embota esse aroma sutil. Tome banho com um bom sabonete, mas quanto aos perfumes, leve seu parceiro(a) para escolher o seu, desta forma, ele, ou ela, comprará aquele que desperta sua própria sensação de prazer! É surpreendente o resultado! Experimente e me dará razão...”
A melhor parte é que esses estímulos não tem preço. Use e abuse!
“... Sacudam a poeira, mudem a rotina, prestem atenção um ao outro e sejam criativos! O sexo, quando bem feito, ajudará, como um aporte energético, a aguentarmos o peso do dia a dia; ele gera energia, está aí disponível e de graça! Todo o vigor transbordante após a relação, alimentará e trará melhora tanto à saúde física quanto a mental, fazendo com que o repouso seja bem mais eficaz, assim como a disposição no dia seguinte. É um remédio potente!!
            
          Paz

Imagem retirada de: www.mamaedesalto.com

Ensinar, "chegar junto"


24.8.14


Conversando com uma sobrinha, mestre em Direito, que leciona a alunos em final de curso, esta comentou com tristeza, que em nossa sociedade não há mais "inversão de valores", que se houvesse seria até mais fácil, o que ocorre hoje, é que foram perdidos.
Parece não haver mais regras, parâmetros: certo ou errado, permitido ou proibido, justo ou injusto; a banalização e o relativismo imperam.
As famílias não possuem mais tempo para ensinamentos, reflexões, "chegar junto"; corrigir o filho tornou-se obsoleto, desnecessário. 
A pressa é tanta que se quebrou o exercício dos debates, argumentações; encontros essenciais que, indiscutivelmente, privilegiariam os pais na formação da opinião e caráter de seus filhos.
Temos sido omissos, entregando a outros a tarefa transformadora da educação. O estado tem assumido tal papel com tanta força e convicção, que nossas crianças frequentam cada vez mais cedo e por um tempo ainda maior a escola.
Me fascina que, desde os primórdios, no Pentateuco, quando Deus traz ao seu povo mandamentos e ordenanças, Ele já se ocupou em instruí-los de qual forma deveriam conduzir os seus: "Estas palavras que hoje te ordeno, estarão no teu coração: tu as inculcarás a teus filhos, e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho e ao deitar-te e ao levantar-te." Dt. 6 : 6 e 7 
Precisamos com urgência nos recompor e irmos a passos largos em direção contrária ao que nos tem sido proposto. Abandonar o silêncio e conversar, inquirir nossos herdeiros; rascunharmos possíveis escolhas e resultados. Enfim, com nossa presença e convívio, resgatarmos preciosos princípios renunciados e esquecidos em nossa sociedade.

Paz!

Imagem retirada de: alfaumuarama.com.br

Memórias


17.8.14


Nos últimos meses o Brasil tem chorado perdas irreparáveis, dentre elas, o escritor, teólogo, psicanalista e educador Rubem Alves.
Trago frações dos seus escritos... pensamentos e sentimentos.
“Eu nunca imaginei que seria escritor. Não me preparei para isso. Conheço pouco da tradição literária. A literatura me chegou sem que eu esperasse, sem que eu preparasse seu caminho. Chegou-me através de experiências de solidão e sofrimento. A solidão e o sofrimento me fizeram sensível à voz dos poetas. Difícil escrever para as pessoas comuns. E que outra maneira existe de se comunicar com as pessoas comuns senão simplesmente dizer as palavras que o amor escolhe? “
“Quando eu morrer minhas memórias vão se perder. Mas não quero que se percam. Tenho de dá-las para alguém que tome conta delas. Ai me vem a aflição por escrever. Quando escrevo, estou lutando contra a morte. A morte das coisas que meu amor ajuntou e que vão se perder quando eu morrer.”
“A alma é um cenário. Por vezes, ela é como uma manhã brilhante e fresca, inundada de alegria. Por vezes ela é como um pôr do sol, triste e nostálgico.”
“A vida é assim. Se é manhã brilhante o tempo todo, tem alguma coisa errada. Tristeza é preciso. A tristeza torna as pessoas mais ternas. Se é crepúsculo o tempo todo, alguma coisa não esta bem. A alegria é preciso. Alegria é a chama que dá vontade de viver.”
“Há tristezas de dois tipos. Primeiro, são as tristezas diurnas, quando o mundo esta iluminado pelo sol. Tristezas para as quais há razões. Quem não sente essas tristezas está doente e precisaria de terapia para aprender a ficar triste. Tristeza é parte da vida. Ela é a reação natural da alma diante da perda de algo que se ama. O mundo está luminoso e claro – mas há algo, uma perda que faz tudo ficar triste. Segundo, são as tristezas de crepúsculo. O crepúsculo é triste, naturalmente. Não, não há perda nenhuma. Tudo está certo. Não há razões para ficar triste. A despeito disso, no crepúsculo a gente fica triste. Talvez porque o crepúsculo seja uma metáfora do que é a vida: a beleza efêmera das cores que vão mergulhando no escuro da noite”.
“Mas há um limite. É preciso que a tristeza seja temperada com alegria. Tristeza, só, é muito perigoso. As pessoas começam a desejar morrer. Essa é a razão por que os deprimidos querem dormir o tempo todo. O dormir é uma morte reversível”.
“Uma ajuda para a tristeza é conversar. Para isso é preciso ter alguém que escute, que entenda a tristeza. Muitas pessoas procuram terapia para isso: não porque sejam doentes mentais, mas porque precisam compartilhar sua tristeza com alguém que conheça a luz crepuscular”.
Que essas elucidações nos auxilie a encontrarmos equilíbrio; que os lampejos de tristeza não sejam infecundos, envoltos apenas em sentimentos de derrotas ou frustrações, mas venham carregados de construções, provocando um coração sensível e forte. 

Paz!

Imagem retirada de: www.imagenscomamor.com