Quem é esse menino?


12.12.20

                        


  
              Maria não imaginava quem era aquele menino que de forma sobrenatural estava ali no seu ventre. Desconhecia a amplitude daquele evento. Não sabia que se tratava do perfeito Cordeiro de Deus, do Senhor de toda criação. Daquele que governa as nações e que com as próprias mãos acalma uma tempestade, faz cego ver, surdo ouvir, mudo falar, coxo andar e mortos reviverem.

Que Ele salvaria a nós e nossos filhos dos nossos pecados.

         "E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai." João 1:14

        Veio a terra o Nome que é sobre todo nome, o Deus conosco; traz consigo, além da sua majestade, seu favor, amor e graça.

        Handel em sua maravilhosa obra, o "Messias", revela que Ele reinará para sempre; e Bach declara ser “Jesus a alegria dos homens”. Essa criança é nosso triunfo e redenção.

        O livro de Mateus, capítulo. 2, conta que José e Maria foram persuadidos por um anjo do Senhor a fugirem para o Egito, pois haveria uma perseguição severa para que seu bebê fosse morto, enterrado. Afirmo com tristeza que essa conspiração para que esqueçamos seu nascimento, sua obra, morte e ressurreição ainda persiste; e o intuito é para que nos sintamos abandonados, derrotados, sem fé e sem esperança.

         “Mas o povo que andava em trevas verá brilhante luz, resplendente e fulgurante, pois nasceu Jesus, desde agora e para sempre dominará, com glória e força, poder e honra Ele reinará". Guilherme Kerr. 

        Ele está vivo, nos ama e nos assiste, é o Grande Eu Sou! 

        

       Paz!

 

Imagem retirada de: www.gospeldownloads


A janela


27.7.20


Peguei Covid quando ainda não tínhamos vacina.

O coronavírus não cabe na vida.

Com ele não se faz planos, não se estende a mão; é insensível, insolente, implacável. Os momentos são solitários, até que o ciclo se complete.

E pela janela lá se vão dias, noites.

Nessa mesma janela os movimentos aconteciam; compareciam mascarados mantendo distância; viam meu cansaço, ouviam meus lamentos. A esperança e a ternura lhes saltavam aos olhos; queriam me aliviar, ver meu sorriso; mas a alma invadida pelo covid é frágil, introspectiva, vigilante, temerosa.

Na porta do quarto, do lado de fora, depositavam as bandejas recheadas de amor; uma verdadeira força tarefa pra, literalmente, me dar forças, mas pelo meu apetite seleto, esses momentos foram verdadeiros desafios. Ainda me emociono com tanto zelo.

Meus espaços dentro de casa foram delimitados, restritos; na primeira semana, pela fadiga, os dias lá fora não eram convidativos, a cama sim, me abraçava; até que lentamente os ânimos foram retornando, e no quintal, debaixo de um pé de caju, Marcelo, meu amor, colocou uma cadeira pra mim, era quase uma poltrona, e de lá, abrigada pelas folhas do cajueiro, eu o via cuidando do pomar; um cenário que me inspirava e me refazia.

Nesse tempo, mais uma vez o aperto e as incertezas nos rondaram, mas fechamos esse ciclo com o coração repleto de gratidão: A Deus, pelo dom da vida e por sua misericórdia; a essa minha linda família que com tanto amor me carrega, e aos amigos/ irmãos, tão presentes, que de braços dados, com um só coração, me apresentaram diante do Pai.

"Os olhos do Senhor repousam sobre os justos, e os seus ouvidos estão abertos ao seu clamor. Clamam os justos e o Senhor os escuta." Salmo 34:15 e 18

Deixo a janela.

       

          Paz!

Entre nós


1.5.20



Meu aniversário aconteceu há poucos dias.

Em razão da quarentena fizemos apenas entre nós, em casa mesmo.

Não podíamos esquecer de alterar os modos: sem abraços, sem beijos, aproximações evitadas, precisava ser assim; mas o amor saltava aos olhos.

Filhos e noras se juntaram ao redor da mesa, o intuito era que ficasse refinada e elegante; buscaram cristais, talheres, utensílios combinantes, finos.

Finalmente, mesa posta, a meu ver um encanto. Aí então foram se arrumar. Marcamos hora pra começar.

Fui ao piano cantarolar, enquanto iam comparecendo. Pronto, chegaram todos, arrumados, perfumados.

Iniciamos. A alegria nos rondava, era quase palpável.

Duas vezes juntamos as taças brindando a vida. Dádiva do alto.

Claro que pedi a palavra, precisava contar, mesmo com a voz embargada, da imensa gratidão a Deus por seu amor e cuidado pra conosco.

Conversamos, oramos, choramos, rimos, comemos. Instantes preciosos.

Comida perfeita, vinho selecionado, a sobremesa? Indescritível!!

E assim tecemos a noite, com todo esse desfrute; podia não terminar.

Obrigada Marcelo, meu amor, filhos e noras, por me cercarem com tantos caprichos.

Encerro com esse cântico, ele me traduz: "Não tenho palavras pra agradecer tua bondade, dia após dia me cercas com fidelidade; nunca me deixes esquecer que tudo que tenho, tudo que sou, e o que vier a ser, vem de ti Senhor. Dependo de ti, preciso de ti, sozinho nada posso fazer; descanso em ti, espero em ti, sozinho nada posso fazer."

 

           Paz.