Papa Francisco 25/12/2015
Imagem retira de: ulstrmandbooks.com
Ainda
lembro o início de tudo: gestações, chegadas, inseguranças, entusiasmos... éramos
estreantes.
Como
não sabíamos o jeito certo de cuidar íamos arriscando; parecia simples, quase
tudo previsível: Colos sem fim, abraços, mãos dadas, cautelas, (especialmente
nas palavras). Mesa posta na hora certa, banhos festivos com canções, soninho
com o bico e uma fraldinha. O acordar era convidativo.
Com
o tempo já sabíamos o que queriam, e o que era essencial.
O
desassossego praticamente se restringia às madrugadas varadas pelas insistentes
febres de garganta.
As
estações foram mudando, com elas os choros. Algumas vezes por não querer ir
dormir, outras pelo brinquedo que estragou. Os emburramentos por ter que ir tomar
banho, ou parar a brincadeira em função da escola.
Eram
ricos nos aprontamentos; num descuido, com apenas algumas tesouradas ela fez a
franja desaparecer. O outro lavou a cuequinha no vaso sanitário. Certa vez
marcaram toda a parede branca da área externa da casa com as mãos repletas de
barro, claro que tiveram de lavá-la. Anoiteceu e aquela parede parecia não ter
fim, que tribulação.
De
outra feita a rebeldia culminou em uma fuga coletiva; o mais velho, com uns 10
anos, indignado com a correção por desobediência, decidiu ir embora e convidou
os irmãos, um de 6 e a outra com 4 anos, todos toparam, pegou na mão deles, um
de cada lado e saíram, deixei ir; atravessaram a rua, sentaram-se no meio-fio
do outro lado, uns 15 minutos; logo percebeu que fez uma escolha complicada e
retornou com os aliados.
As
dores dos tombos de bicicleta e as cicatrizes logo começaram a surgir.
Evitávamos
aborrecimentos, mas enfrentávamos todos. O sim e o não eram parte. Resistíamos
firmes nos limites, em especial naquilo que de alguma forma nos parecia
complicador ou incoerente com os valores que imprimíamos: “O temor do Senhor
era o princípio de todas as coisas”.
Normalmente
as conversas eram muitas, outras vezes era pra ser "daquele jeito",
pronto, acabou, assunto encerrado!
Fomos
conduzindo e sendo conduzidos, não existiam planos, simplesmente íamos fazendo.
Nada muito dificultoso, um jeitinho aqui outro ali e as coisas se resolviam: O
chapéu e uns remendos na roupa da festa junina; o tênis que já apertava; a
persistência pela troca da mochila gasta por uma nova de rodinhas, que aliás
rendeu pano pra manga, a bolsinha com as canetas de brilho que tinha
desaparecido, e por ai vai.
As
necessidades e os assuntos foram mudando, então surgiram reuniões internas
importantes, com pautas programadas, imprescindíveis.
O
amor e cuidado se mantinham.
E
o tempo voa!
Hoje
cada um deles tem seus arrochos distintos, e nós, mesmo impactados, não mais
conseguimos alcançar seus desagrados ou desafios; impotentes, permanecemos aqui
os assistindo.
Geramos
com eles seus sonhos. Trazemos nosso amor em forma de oração, para que sejam
guardados, tenham paz, força, alegria, e que em tempo algum aquele velho e
determinante princípio desvaneça.
Paz!
Elucidei
que pra Jesus ter se preocupado em trazê-las, devem ter caráter especial. Tentei
esmiúça-las. Confesso minha perplexidade diante de tamanha riqueza.
Em
meio aos estudiosos do Sermão do Monte, um menciona ser esse o texto mais
conhecido, apesar de ser o menos compreendido e praticado.
Mateus
7: 28 e 29 conta que: “Quando Jesus acabou de proferir estas palavras, estavam
as multidões maravilhadas da sua doutrina; porque ele as ensinava como quem tem
autoridade, e não como os escribas”.
É
fato que exibem seu caráter, Jesus possui todas elas. Tem poder pra
falar!
A
questão é que se somos seus seguidores, necessitamos nos parecer com Ele; e
esses atributos também precisam nos caracterizar.
“Vendo
Jesus as multidões, subiu ao monte, e como se assentasse, aproximaram-se os seus
discípulos; e ele passou a ensiná-los, dizendo:
Bem-aventurados os humildes de espirito, porque deles é o reino dos céus.
Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados. Bem-aventurados os
mansos, porque herdarão a terra. Bem-aventurados os que têm fome e sede de
justiça, porque serão fartos. Bem-aventurados os misericordiosos porque
alcançarão misericórdia. Bem-aventurados os limpos de coração porque verão a
Deus. Bem-aventurados os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus.
Bem-aventurados os perseguidos por causa da justiça, porque deles é o reino dos
céus. Bem-aventurados sois quando, por minha causa, vos injuriarem e vos
perseguirem e, mentindo, disserem todo mal contra vós. Regozijai-vos e exultai,
porque é grande o vosso galardão nos céus; pois assim perseguiram aos profetas
que viveram antes de vós”. Mateus 5 : 1 a 12
Levantei
os seguintes pontos:
- Jesus
traz um padrão ético, uma contracultura. Seu cerne está nas atitudes, e não em
conhecimento.
-
Ele exalta traços impopulares, como a humildade e a mansidão, inversos ao homem
natural e aos valores impregnados na sociedade.
-
Com esse descortinar e confrontação, devemos desejá-las ardentemente.
-
Não podemos escolher algumas, mas buscar todas. São completas e se completam.
-
Precisamos orar, não apenas para tenhamos compreensão desse modo de vida, mas,
especialmente, para que Ele nos capacite a perpetrá-las.
-
Somos incapazes de vivê-las pela nossa própria força; mas unicamente
através da ação do Espirito Santo.
Paz!
Imagem
retirada de: novotempo.com
O evangelho de Lucas nos relata sobre
dois discípulos que estavam a caminho de uma aldeia chamada Emaús que
ficava a 11km de Jerusalém. Conversavam cheios de decepção e angústia
sobre os fatos sucedidos recentemente.
O Messias tinha sido morto e com Ele
toda a crença de vida e de um reino melhor.
“Aconteceu que enquanto conversavam e discutiam o próprio Jesus, ressurreto, se aproximou e ia com eles. Os seus olhos, porém, estavam como que impedidos de o reconhecer. Então lhes perguntou Jesus: Que é isso que vos preocupa, e de que ides tratando à medida que caminhais?
E eles pararam entristecidos... um porém respondeu:
És o único, porventura, que, tendo estado em Jerusalém, ignoras as ocorrências destes últimos dias? Eles lhes perguntou: Quais?
E
explicaram...
Jesus
então lhes disse: porventura não convinha que o Cristo padecesse e entrasse na
sua glória? E começando por Moisés, discorrendo por todos os profetas,
expunha-lhes o que a seu respeito constava em todas as Escrituras.“ Lucas 24:13
a 35
Essa caminhada, aparentemente carregada de fracasso e desilusão, nos traz alguns ensinamentos:
- Não estamos sós. O texto menciona que aqueles discípulos estavam como que impedidos de ver. Costumeiramente a ansiedade nos cega.
- Jesus quer nos ouvir; conte a Ele sua história.
- Não há nada que não possa fazer, aliás, Ele tem o controle sobre todas as coisas.
- A Palavra tem o poder de aquecer o coração e resgatar a alegria; é assim que Ele faz com aqueles discípulos: “Porventura não nos ardia o coração quando ele pelo caminho nos falava, quando nos expunha as Escrituras?“
Convido-os a comemorarmos o Jesus que
não se limita a multidões pra comparecer.
Paz!
Imagem
retirada de: www.youtube.com
Paz!
Imagem retirada de: soniaishibashi.blogspot.com