Os dias são difíceis; perplexidades tem sido o prato principal.
Há tanto temos orado. O silêncio
parece minar nossa fé. Deus se esqueceu de nós?
Ouvi uma pregação sobre
o apóstolo João quando foi visitado por Jesus na ilha de Patmos que
reacendeu minha esperança. Não foram suas visões e revelações que me
impactaram, apesar da magnitude dessas, mas a situação e o contexto que se
encontrava.
A bíblia fala que ele era "o
discípulo amado", que Jesus o tinha em especial apreço; participou e viu
tudo: milagres, curas, estava nas pescarias restritas, nas multiplicações de
pães e peixes, acompanhou sua morte e a ressurreição.
João tinha muito pra contar, vivências
maravilhosas do poder e fazer de seu Senhor; então escreve algumas cartas
com ensinamentos preciosos; mas a igreja é perseguida, seus amigos são
mortos, apedrejados, decapitados, e ele, com uns 30 anos, é recolhido e levado
pra o exílio; agora, afastado de tudo e de todos, não tinha mais com quem
dividir o que viu e ouviu; experiências prodigiosas que esta terra jamais
viveu!
Seu pensamento com certeza voava,
queria trazer à memória o que poderia lhe dar esperança, mas aquela situação
infundada, absurda, ilógica, não combinava com o ministério que sonhou, poderia
ser tão útil ao reino.
" Indiscutivelmente
Jesus deslembrou de mim”.
60 anos de uma espera emudecida; já
com 90 anos de idade Jesus lhe reaparece, olha em seus olhos e lhe diz: Sou eu,
eu mesmo, o “teu amigo”, aquele que foi morto, mas vive, o Senhor da
igreja.
Escreve tudo que te
mostrarei. Desse encontro surge o livro Apocalipse.
“Estar na ilha de Patmos pode
significar que você está exilado, confinado e limitado em tudo; no entanto, a
glória que aqueles olhos cansados viram, resplandece até hoje nas palavras de
quem conheceu na ilha do desapontamento e solidão, uma liberdade que não podia
se calar. O livro de Apocalipse é um grito de alegria, coragem e fé que ecoa da
masmorra para a eternidade”. Sara Maria Vieira.
Que esse testemunho traga a exultação
de que estamos gravados em sua memória, e de que seus planos e propósitos,
conquanto tantas vezes incompreendidos, são perfeitos!
Paz!
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retirada de: agrandecidade.com