Ontem,
andando pelo quintal, procurando abacates despencados, encontrei essa
plantinha; quase rasteira, de tão próximas ao solo; verifiquei que só quando
miramos o chão, ou nos curvarmos, é possível percebe-la. Não vivem nas alturas,
como quem dialoga com o sol ou adorna as estrelas, tão pouco serve de palco
pros passarinhos que o dia todo fazem aqui seus recitais; elas estão ali,
simples, entrelaçadas, ornando e suavizando um caminho.
Fiquei
fascinada! Como podem ser tão divas em meio a tanta simplicidade? Parecem
pintadas à mão; seus traçados, sombreados, mesmo monocromáticos, são perfeitos;
uma verdadeira arte no chão.
Essa
vivência foi como um chamamento, um aceno de que, mesmo quando nos
descaímos e cabisbaixos olhamos pro chão, talvez por problemas, ou por uma
conscientização dos limites e fragilidades, ali há também uma suprema beleza; é
que encontros comigo mesmo, com minha impotência e incapacidade, podem ser
transformadores; especialmente se nos movem a buscarmos a presença daquele que
tudo criou e tudo pode. Ele promete nos visitar em nossa fraqueza e nos
revigorar.
Foram
incontáveis as vezes que me acheguei a Ele cansada, aflita, necessitando de
ânimo e direção, e fui acolhida, renovada.
"Restaurarei
o exausto e saciarei o enfraquecido". Jeremias 31:25
Paz!