Arte no chão


14.3.21




Ontem, andando pelo quintal, procurando abacates despencados, encontrei essa plantinha; quase rasteira, de tão próximas ao solo; verifiquei que só quando miramos o chão, ou nos curvarmos, é possível percebe-la. Não vivem nas alturas, como quem dialoga com o sol ou adorna as estrelas, tão pouco serve de palco pros passarinhos que o dia todo fazem aqui seus recitais; elas estão ali, simples, entrelaçadas, ornando e suavizando um caminho.

Fiquei fascinada! Como podem ser tão divas em meio a tanta simplicidade? Parecem pintadas à mão; seus traçados, sombreados, mesmo monocromáticos, são perfeitos; uma verdadeira arte no chão.

Essa vivência foi como um chamamento, um aceno de que, mesmo quando nos descaímos e cabisbaixos olhamos pro chão, talvez por problemas, ou por uma conscientização dos limites e fragilidades, ali há também uma suprema beleza; é que encontros comigo mesmo, com minha impotência e incapacidade, podem ser transformadores; especialmente se nos movem a buscarmos a presença daquele que tudo criou e tudo pode. Ele promete nos visitar em nossa fraqueza e nos revigorar.

Foram incontáveis as vezes que me acheguei a Ele cansada, aflita, necessitando de ânimo e direção, e fui acolhida, renovada.

"Restaurarei o exausto e saciarei o enfraquecido". Jeremias 31:25

 

Paz!


 



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