Sem arrependimentos


12.10.13




          Tenho presenciado pessoas desavisadas que foram nocauteadas pela vida e encontram-se esfaceladas. Como alguém que entra para jogar, e no primeiro instante investe todas as cartas, ou como um maestro que fracassa em sua exibição, pois além de descuidar-se do tema, se fixou apenas em alguns instrumentos esquecendo-se da força dos demais!
            Nos desabafos ouço arrependimentos e tristezas dos que não conseguiram reconhecer, firmar e fundamentar seus papéis, quer como: parceira(o), mãe, profissional, filha, irmã, amiga.
            Investiram em um romance, esqueceram a carreira; focadas na profissão, descuidaram dos afetos,  priorizando os filhos, abandonaram o marido.
            Despreparadas, precipitadas e sem norte, (quem sabe em busca de compensação, alívio ou prazer), negligenciaram suas valiosas e intransferíveis funções, ignorando suas famílias, lugar de maior desafio, cuidado e zelo.
            Aflitas, percebem em seus terrenos aridez e profundas rachaduras. Imaginavam não precisar de mais nada... mas arrependidas, parecem necessitar de tudo.
            Quero mencionar o livro: ”Os cinco principais arrependimentos daqueles que estão para morrer”, da enfermeira Bronnie Ware, especialista em pacientes terminais:
1-Gostaria de ter tido coragem de viver uma vida fiel a mim mesmo, não a que os outros esperavam!
Com a progressão da doença, ocorre a necessidade de rever caminhos percorridos; sendo comum a descoberta de que, em busca de amor e aceitação, escolhas foram focadas nos outros, não em si.
2-Gostaria de não ter trabalhado tanto!
Essa sensação não acontece só com os doentes, é um dilema da vida moderna, e se agrava quando a pessoa não gosta do que faz, ganha dinheiro,  mas é infeliz!
3-Gostaria de ter tido coragem de expressar meus sentimentos!
Quanto mais próximos da morte, caem as máscaras do medo, vergonha e constrangimento; se tornam mais verdadeiros, dizem o quanto amam, pedem desculpas, querem se sentir amados.
4-Gostaria de ter mantido contato com meus amigos!
Nem sempre se tem histórias felizes com a família, mas com os amigos sim, são a família escolhida; ao lado deles passamos pelas mais diversas situações, geralmente carregadas de lealdade, cumplicidade e força... nesse momento querem, de alguma forma, resgatar essa proximidade.
5-Gostaria de ter me deixado ser mais feliz!
            Que tal repensar e dar um novo rumo à sua história?
            Rever afetos, relações, envolvimentos... Perdoar-se, solicitar perdão...
            Promover encontros que, não só proporcionam escutas verdadeiras, mas também verbalizam a importância do outro;
            Buscar não só o que foi perdido, mas especialmente estar pronto para recomeçar!

            Paz!

Imagem retirada de: soniaishibashi.blogspot.com 

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